Depressão pós-parto

A depressão pós-parto é o estado em que a mãe, após o nascimento do bebê, sente uma tristeza intensa, apresenta episódios de irritação extremada, está sempre cansada, desmotivada, sem esperança, tem dificuldade para se concentrar ou tomar decisões e pode até estar propensa a prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si mesma.

Ela se manifesta, em geral, nas primeiras três semanas após o parto, mas, dependendo de cada caso, pode ocorrer meses após o nascimento do bebê. Essa condição pode ainda vir acompanhada de perda ou ganho de peso repentino, sentimento de culpa (por não se considerar boa mãe, nem suficientemente capaz de cuidar do bebê) e distúrbio de sono (insônia ou excesso de sono) e/ou falta de interesse em atividades prazerosas (inclusive o sexo). Afeta mulheres de todas as idades, classes sociais e etnias.

A ansiedade também faz parte do quadro de depressão pós-parto. A mulher tem ataques de pânico sem ser portadora desse transtorno ou pode desenvolver comportamentos obsessivos em relação à criança, como agasalhá-la demais ou verificar a cada instante se ela está respirando.

NOTA: Esse quadro depressivo pode propiciar uma situação ainda pior, a chamada psicose pós-parto, na qual ocorre o afastamento entre a mãe e o bebê, afetando o vínculo entre os dois. O início da psicose puerperal é precoce. Durante a primeira semana depois do parto, a mulher perde o contato com a realidade e começa a acreditar em coisas que não existem, a ouvir vozes, a ter a sensação de incorporações com entidades, delírios e crenças irracionais.

Às vezes, a mãe imagina possuir superpoderes e pode lesar a criança não intencionalmente porque acha que pode voar e atira-se pela janela com o bebê no colo. Essa doença muito grave é bem diferente da depressão, que começa várias semanas depois do parto e evolui gradativamente.

Trata-se de uma patologia relativamente comum, que atinge, em média, uma em cada quatro mulheres de acordo com estudos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). É necessário buscar ajuda médica no caso desses sintomas perdurarem por mais de duas semanas.

A depressão pós-parto pode ter causas relacionadas a fatores físicos, hormonais (queda dos níveis de estrógeno e progesterona após o parto), emocionais, estilo de vida ou estar ligado a transtornos psiquiátricos prévios. Outras causas incluem histórico pessoal ou familiar de depressão pós-parto, privação de sono, vício em drogas e álcool, histórico de violência doméstica, sobrecarga de atividades e/ou falta de apoio do marido ou da família. A gravidez não desejada ou não planejada causa aumento do estresse ao longo da gestação e pode contribuir igualmente para o aparecimento do problema.

O diagnóstico dessa condição é feito com base na observação clínica dos sintomas apresentados pela mulher, bem como, pelo tempo em que eles estão se manifestando. O tratamento consiste na realização de um trabalho afetivo entre mãe, bebê e família, supervisionado, sistematicamente, por psicólogo ou psiquiatra. Além disso, pode ser necessário o auxílio de uma outra pessoa para cuidar da criança, a fim de diminuir a sobrecarga sobre a mulher. Dependendo do caso, pode ser prescrito o uso de antidepressivos e o tratamento com terapia hormonal (o estrógeno é frequentemente usado em combinação com um antidepressivo).

A depressão pós-parto pode ser prevenida durante toda a gestação com algumas medidas simples, mas extremamente eficazes, que auxiliam a mulher e a preparam psicologicamente para o parto e para o cotidiano com o bebê. O foco principal é cuidar da saúde mental por meio da prática de exercícios físicos, caminhadas ao ar livre, da realização de atividades prazerosas (como o cultivo de hobbies) e estar sempre acompanhada de pessoas queridas (família ou pessoas com vínculo afetivo importante para a mãe).

Além disso, deve-se cortar o consumo de cafeína, álcool e drogas e, evidentemente, fazer sempre os exames necessários da gestação (pré-natal) e do pós-natal (assim que o nascimento acontecer).

A depressão pós-parto acaba por prejudicar a criança, já que a mulher deprimida cuida menos de si própria e, consequentemente, cuida menos do bebê (deixando inclusive de dar as vacinas necessárias), estimulando-o menos emocionalmente, tendo menos interesse em amamentá-lo ou de brincar com ele.

Desse modo, essas crianças acabam tendo um desenvolvimento neuropsicomotor mais lento e começam a falar e a andar mais tarde. No entanto, é importante salientar que esse retardo no crescimento pode ser compensado posteriormente.

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